As principais feiras do Brasil, finalmente, voltam a movimentar o circuito artístico
Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress
Em 2020, a pandemia fez com que diversos eventos de arte pelo mundo fossem cancelados ou adaptados ao formato digital. Com o processo de vacinação em andamento e protocolos de segurança orientados pela Organização Mundial da Saúde e o governo local, as feiras de arte voltaram a movimentar o circuito artístico.
A Bienal de São Paulo e a SP Arte, principais eventos de fomento ao intercâmbio internacional, finalmente estão de volta! Confira mais sobre essas duas feiras, responsáveis pela inserção do Brasil ao circuito global de arte.
Bienal de São Paulo completa 70 anos
Inicialmente prevista para 2020 e adiada por causa da pandemia da Covid-19, a 34º Bienal de São Paulo começou em setembro deste ano (2021) no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
A entrada da mostra é gratuita, mas o visitante precisa apresentar comprovante, impresso ou online, de que tomou pelo menos uma dose da vacina contra o coronavírus. A feira vai até o dia 5 de dezembro de 2021.
A Bienal de São Paulo (antiga Bienal Internacional de Arte de São Paulo) é considerada um dos três principais eventos do circuito artístico internacional, junto à Bienal de Veneza e Documenta de Kassel. É uma exposição de artes que ocorre a cada dois anos na cidade de São Paulo, desde 1951. Portanto, o ano de 2021 marca também o aniversário de 70 anos da 1ª Bienal.
Com tema “Faz escuro mas eu canto”, um verso do poeta amazonense Thiago de Mello escrito em 1965, a Bienal de SP reúne, este ano, mais de 1.100 trabalhos de 91 artistas de todos os continentes.
Além das obras de artes, a mostra exibe ainda 14 “enunciados”, instalações que contam histórias com a ajuda de objetos diversos. O primeiro é composto por três itens pertencentes ao acervo do Museu Nacional que sobreviveram de diferentes formas ao incêndio, entre eles o meteorito Santa Luzia, o segundo maior objeto espacial conhecido no Brasil.
Bienal explora a diversidade
O tema da 34ª Bienal – “Faz escuro mas eu canto” – reconhece a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual, enquanto reivindica a necessidade da arte como um campo de encontro, resistência, ruptura e transformação.
Segundo os organizadores da Bienal, a feira vai ao encontro dessas palavras e o breu que nos cerca vai se adensando: dos incêndios na Amazônia que escureceram o dia em São Paulo aos lutos e reclusões gerados pela pandemia e as decorrentes crises políticas, sociais e econômicas.
Entre os artistas da edição, todos os continentes, exceto a Antártica, estão representados, com distribuição equilibrada entre homens e mulheres e uma parte (4%) se identificando como não binária.
Esta será ainda a Bienal com a maior representatividade de artistas indígenas de todas as edições com dados disponíveis, com nove participantes de povos originários de diferentes partes do mundo.
A lista completa dos artistas pode ser conferida aqui . Dentre os novos nomes que se destacam no evento estão Arjan Martins (Brasil), Belkis Ayón (Cuba), Pierre Verger (França), Paulo Kapela (Angola), Haris Epaminonda (Chipre) Roger Bernat (Espanha), Nalini Malani(Paquistão), Lee ‘Scratch’ Perry (Jamaica), Pia Arke (Groelândia), Hsu Che-Yu (Taiwan) e Sueli Maxakali (Brasil).
34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto
Datas: De 4 de setembro a 5 de dezembro
Horários: Terça, quarta, sexta e domingo, 10h – 19h (última entrada às 18h30); quinta e sábado, 10h – 21h (última entrada às 20h30)
Entrada: Gratuita
Acesso mediante apresentação de comprovante de vacinação contra Covid-19 (carteirinha de vacinação impressa ou QR Code, também disponível nos aplicativos ConecteSUS, E-Saúde e Poupatempo)
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s.n. Parque Ibirapuera, Portão 3, São Paulo, SP.
SP-Arte acontece em outubro
Foto: Divulgação – Bernard Pras, “Dora”, 2019 | © Sergio Gonçalves Galeria
A SP-Arte está de volta e em um novo endereço, simbolizando uma mudança marcante na Feira, que está sempre acompanhando os movimentos e as inovações do cenário artístico internacional.
Entre os dias 20 e 24 de outubro de 2021, a mostra acontecerá na ARCA, galpão industrial dos anos 1960 que simboliza um novo pólo de arte de São Paulo, acompanhando o crescimento e a dinamização da cidade que se transforma no século 21.
Divididos entre virtual e presencial, a SP-Arte, este ano, apresenta uma programação rica de conversas com artistas, curadores e críticos proeminentes do mundo da arte. Roteiros exclusivos criados sob medida para a Feira guiam os visitantes pelos corredores da ARCA e também podem ser desfrutados remotamente pelo Viewing Room.
Novos talentos da SP-Arte
Considerada a maior feira de arte da América Latina, a SP-Arte reúne anualmente as galerias mais influentes do circuito das artes, bem como jovens expositores, que, geralmente, se estabelecem no mercado ao participarem do evento.
Alguns nomes que estarão presentes na SP-Arte neste ano são: A Gentil Carioca, Almeida e Dale, Aloisio Cravo, AM Galeria, Bale, Bergamin & Gomide, entre outros. Confira a lista completa dos expositores da SP-Arte.
Quer saber as datas e os locais das mais importantes feiras de arte do mundo? Esta lista é atualizada todo mês, acompanhando o calendário global e o avanço da luta contra a COVID-19.
Fontes consultadas: Arte que acontece, Bienal de São Paulo, SP-Arte, Agencia Brasil, G1