100 anos da Semana de Arte Moderna tem programação cultural em SP

31 de janeiro de 2022

De exposições de arte, espetáculos de dança e teatro, obras audiovisuais até ações ligadas à literatura, eventos celebram o movimento que mudou os rumos da arte no Brasil

Os salões do Theatro Municipal de São Paulo abrigaram em fevereiro de 1922 a maior manifestação coletiva pública na história cultural brasileira: a Semana de Arte Moderna! Considerado por muitos estudiosos como um divisor de águas na arte nacional, o evento promoveu profundas transformações no circuito artístico do país. A partir daquele momento, começava uma busca incessante pela construção de uma identidade genuína, distante dos moldes conservadores europeus, que pouco representavam o povo brasileiro. 

“Foi um evento coletivo, o primeiro organizado em São Paulo, por um grupo de intelectuais e artistas com o anseio de fazer uma coisa nova, trazer o novo, na literatura, música e artes visuais”, explicou Luiz Armando Bagolin, professor do IEB-USP (Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo) em entrevista à rede CNN Brasil. O surgimento de algo tão representativo em solo paulista estava intimamente ligado ao crescimento da cidade na década de 1920, à industrialização, à migração maciça de estrangeiros e à urbanização.

Ainda de acordo com o professor Bagolin, o movimento influenciou em várias áreas como arquitetura, urbanismo, na produção cultural como um todo. “O principal legado (na minha opinião) é fazer com que a gente continue sonhando com a utopia de uma sociedade mais justa”.

Inspirados nesse marco histórico, reunimos a programação cultural que vai acontecer em São Paulo em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Você é um apaixonado por arte? Então, confira este post!

Exposições comemoram os 100 anos da Semana de Arte Moderna

Antropofagia, 1929 – Tarsila do Amaral/ Acervo da Fundação José e Paulina Nemirovsky. Obra em comodato com a Pinacoteca do Estado de São Paulo

Com o título de “Modernismo Hoje”, a programação que comemora os 100 anos da Semana de Arte Moderna envolve 60 instituições, tanto públicas quanto privadas, corpos artísticos, espaços e programas culturais no Estado de São Paulo. E tem de tudo! Desde exposições de arte, webinars, espetáculos de dança e teatro, festivais e eventos multilinguagem, obras audiovisuais e ações ligadas à literatura. Algumas atrações acontecem virtualmente.

Abaixo, listamos as exposições que estarão abertas ao público em 2022:

 “Antropofagia”,nas Fábricas de Cultura da Zona Norte, Zona Sul e Diadema com obras de artistas locais refletindo sobre arte e a relação centro-periferia (até abril de 2022).

“Abaporu Periférico Mapeado”, na Fábrica de Cultura de São Bernardo do Campo, com projeção mapeada de grafites (fevereiro de 2022).

“A Mostra de Fotografia que Não Houve na Semana de 22”, na Casa Guilherme de Almeida, com imagens realizadas por fotógrafos da época da Semana de 22 (até 30 de julho de 2022).

“Modernismo Vivo”, na Casa Guilherme de Almeida, destacando obras, autores e artistas que participaram da Semana de 22 (de fevereiro a 30 de dezembro de 2022).

“Fantoches da Meia-Noite”, na Casa Mário de Andrade, que mostrará o raro álbum de gravuras homônimo de Di Cavalcanti, colorido à mão pelo artista (até 12 de fevereiro de 2022)

– Exposição e programação cultural “Mário de Andrade – Eu sou 300, 350”, no Museu Afro Brasil, abordando cultura material, literatura, artes visuais, música e uma ambientação da São Paulo dos anos 1920. Curadoria de Emanoel Araújo (até julho de 2022).

“Candido Portinari, um Mestre da Pintura – Coletânea Virtual”, no Museu Casa de Portinari, com tecnologia de realidade aumentada, reunindo a vasta produção do pintor (13 de fevereiro a 22 de agosto de 2022 – Brodowski/SP).

“O Atelier de Brecheret”,no Museu Catavento, importante artista da Semana de 22 que teve seu ateliê de esculturas instalado no Palácio das Indústrias – atual sede do museu (até março de 2022).

“O Modernismo de John Graz”, no Museu da Casa Brasileira, em parceria com o Instituto John Graz, apresentando grande retrospectiva do designer suíço radicado no Brasil, com projetos inéditos, fotografias, maquetes e objetos interativos. Curadoria de Guinter Parschalk e Baba Vacaro (abril a junho de 2022).

– Exposição e debates “Modernismo Brasileiro, Design e Arquitetura – 1922 e Depois (?)”, no Museu da Casa Brasileira, sobre o pioneirismo modernista de designers que atuaram no período da Semana de 22 e a continuidade desses ideais na produção contemporânea (1° trimestre de 2022).

– Exposição virtual, webinar e mostra de filmes “Antropofagia: Múltiplos Olhares”, organizada pelo Museu Índia Vanuíre, abordando a relação entre a cultura indígena, o movimento modernista e a produção de arte contemporânea (fevereiro a abril de 2022 – Tupã/SP).

“100 Anos Modernos”, no MIS-SP, em parceria com a Bienal do Mercosul (fevereiro a maio de 2022).

– Exposição imersiva e interativa “Portinari Por Todos”, no MIS Experience (até junho de 2022).

– Exposição e programação cultural “SP Vinte e Dois”, no Museu da Língua Portuguesa, sobre identidades nacionais e regionais na literatura, à luz do modernismo e da relação centro-periferia em São Paulo (fevereiro a setembro de 2022).

“A Arte Sacra dos Modernistas”, no Museu de Arte Sacra de São Paulo, com obras de artistas modernistas criadas a partir da religiosidade e da fé. Curadoria Di Bonetti e Gilson Alcântara (até 27 de março de 2022).

“O Modernismo e o Patrimônio”, no Museu de Arte Sacra de São Paulo, sobre a relação entre modernismo e patrimônio no Brasil entre os anos 1920 e 1950. Com curadoria de Guilherme Wisnik (até 19 de novembro de 2022).

– “Mário de Andrade e o Patrimônio Cultural Brasileiro”, no Museu do Café, sobre Mário de Andrade, sua relação visceral com a preservação do patrimônio cultural brasileiro e com a elite cafeeira (1º semestre de 2022).

– Exposição e programação cultural “De 1822 a 1922: Brasilidades em Campo”, no Museu do Futebol (até junho de 2022).

“Uma Semana + 100 Anos”, no Palácio dos Bandeirantes e Palácio Boa Vista (Campos do Jordão), apresentando obras icônicas do modernismo brasileiro que revelam histórias, percursos estéticos e o contexto artístico, social e político antes, durante e depois da Semana de Arte Moderna de 1922 (abril a agosto de 2022)

“Acervo Modernista”, na Pinacoteca de São Paulo, com obras de artistas modernistas do acervo da instituição (até dezembro de 2022).

“A Máquina do Mundo”, na Pinacoteca de São Paulo, com obras de artistas modernistas e contemporâneos e curadoria de José Augusto Ribeiro (até 07 de fevereiro de 2022).

“Universo Pagu”, na SP Escola de Teatro sede Brás, reproduzindo o período em que a artista Patrícia Galvão, a Pagu, estudou no local, hoje sede da instituição. Será exibido um exemplar de 1945 do livro “Poesias Reunidas”, de Oswald de Andrade, com dedicatória do autor (fevereiro de 2022).

“Pau Brasil – Inspirações Modernistas”, no Theatro São Pedro, apresentando fotos, manifestos, partituras e outros materiais de obras e autores ligados à Semana de Arte Moderna (até junho de 2022).

Acesse a programação completa do “Modernismo Hoje” clicando nas modalidades abaixo:

Artes visuais
https://www.cultura.sp.gov.br/semana22/programacao/#artes-visuais

Audiovisual
https://www.cultura.sp.gov.br/semana22/programacao/#audiovisual

Dança
https://www.cultura.sp.gov.br/semana22/programacao/#danca

Festivais/ Eventos Multilinguagem
https://www.cultura.sp.gov.br/semana22/programacao/#festivais

Literatura
https://www.cultura.sp.gov.br/semana22/programacao/#literatura

Música
https://www.cultura.sp.gov.br/semana22/programacao/#musica

Seminários/ Palestras/ Cursos e Oficinas
https://www.cultura.sp.gov.br/semana22/programacao/#seminarios

Teatro
https://www.cultura.sp.gov.br/semana22/programacao/#teatro

A influência do modernismo na arte contemporânea no Brasil

Quadro “Samba” – Emiliano Di Cavalcanti / Crédito: Enciclopédia Itaú Cultural 

Dentre os principais nomes da primeira fase do Modernismo Brasileiro estavam:

– Artes Plásticas: Victor Brecheret, Lasar Segall, Vicente do Rego Monteiro e Tarsila do Amaral,
– Literatura: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira, Plínio Salgado, Menotti Del Picchia, Sérgio Millet, Tácito de Almeida, Cândido Motta, Graça Aranha e Mário de Andrade.
– Pintura: Di Cavalcanti, Cândido Portinari e Anita Malfatti.
– Música: Heitor Villa-Lobos e Guiomar Novaes.

Definitivamente artistas que representam uma contribuição inestimável à cultura brasileira! Imagine que na época foram incompreendidos e até mesmo chamados de “subversivos da arte”! Já pensou o que seria da arte contemporânea brasileira se esse grupo artístico não mudasse os rumos da nossa cultura? “É parte de nosso patrimônio, constitui um fator importante de nossa história e de nossa formação intelectual, sendo passível de interpretações e críticas, de amores e rancores, de aplausos e de vaias. Mas jamais de ignorância e menosprezo”, analisam José De Nicola e Lucas De Nicola, os autores do livro Semana de 22, lançado pelo selo Estação Brasil.

Eternize seu amor pela arte através de quadros e molduras

Obra: Rose Bittencourt – Acervo Moldura Minuto

Diante de tanta história… que tal renovar o décor dos ambientes com obras emolduradas? Conheça o acervo exclusivo da Moldura Minuto – selecionado a partir de uma curadoria especializada, contendo o que há de melhor na arte brasileira. São fotos e gravuras de artistas consagrados com certificado de autenticidade e série de tiragem limitada. Clique aqui e saiba mais!

Preparados para embarcar nessa viagem centenária ao mundo da arte? Anote suas atrações preferidas e bom passeio! 

Leia também:
Conheça 12 dos mais incríveis museus de arte do Brasil!

Fontes:
enciclopedia.itaucultural.org.br
Brasil Escola
CNN Brasil
Cultura.sp.gov.br
Wikipedia
O Guia dos Curiosos
Catraca Livre
Cidade e Cultura
Mundo Educação

 

Faça seu orçamento pelo whatsapp!